Tomás Melo Gouveia ao ataque para concluir o Pro Golf Tour
Tomás Melo Gouveia sofreu esta quarta-feira uma quebra de 2 posições na Ordem de Mérito do Pro Golf Tour, de 17.º para 19.º, sendo a primeira vez nos últimos três meses em que perde lugares, pois vinha desde abril a subir constantemente, de fora do top-50 para um estatuto consolidado no top-20.
O jogador da Quinta do Lago esteve muito perto de entrar pela primeira vez no top-15, pois chegou a liderar o Leipziger Golf Open, na Alemanha, após os primeiros quatro buracos.
Depois de concluídas as duas primeiras voltas, não só passou o cut à vontade, com 8 pancadas abaixo do Par do Golf & Country Club Leipzig, como estava bem na luta pelo título, a apenas 3 pancadas da liderança.
Aliás, depois de entregar cartões de 68 nos dois primeiros dias, Tomás Melo Gouveia escreveu na sua conta profissional de Facebook: «Tive duas boas primeiras rondas. Estou satisfeito de ter-me colocado em boa posição para o último dia».
Há duas semanas, o português de 23 anos quase vencia o Gut Bissenmoor Classic, no qual se sagrou vice-campeão, pelo que a confiança estava em alta para atacar um primeiro título nesta terceira divisão do golfe profissional europeu.
E tendo em conta que restam apenas três torneios até ao final da temporada, a pressão aumenta, na medida em que só o top-5 do ranking no final do ano se apura para o Challenge Tour, a segunda divisão europeia.
«O ranking do Pro Golf Tour está muito competitivo. Os jogadores do top-20 estão todos a tentar ganhar ou a ficar no top-3 de cada torneio, para terem hipótese de chegarem aos 5 primeiros do ranking. Por isso, qualquer deslize nesta fase irá custar muitos pontos e, neste caso, lugares no ranking. Agora, o meu foco é o mesmo. Sei que preciso de ganhar um título para entrar no top-5 e é com esse objetivo que vou jogar os últimos três torneios deste circuito», disse o algarvio à Tee Times Golf.
Lutar por títulos internacionais é uma situação inédita para Tomás Melo Gouveia. Viveu-a pela primeira vez este ano, mas tem gerido cada vez melhor esse contexto. Terá sido, no entanto, essa pressão suplementar do final de época em entrar em equação no último dia de prova?
O certo é que na derradeira volta apresentou um mau resultado de 75 pancadas, 3 acima do Par, que fez tombá-lo para o grupo dos 22.º classificados neste torneio de 133 participantes, com 40 mil euros em prémios monetários.
O profissional da Kankura Golf apresentou um resultado final de 211 (68+68+75), -5; embolsou quase 600 euros (€598,67) e julga que o acidente do último dia terá sido mais uma questão técnica do que emocional.
«Nos primeiros dias senti-me muito bem, muito consistente no meu jogo e consegui ter muitas oportunidades para birdie. A última volta foi definitivamente um “dia-não”. Joguei outra vez bem mas, infelizmente, tive um dia péssimo nos greens (com alguns greens a 3 putts e alguns putts curtos falhados), bem como muitos azares ao longo do jogo (dei 3 bons drives que acabaram atrás de uma arvore, ficando com shots impossíveis)», lamentou-se.
As condições de jogo também não ajudaram. «Durante estes dias estiveram quase 40 graus (Celsius). Fez imenso calor e nos últimos dois dias esteve muito vento, especialmente no último», disse.
Em contrapartida, o Golf & Country Club Leipzig estava em bom estado: «O campo estava em boas condições. Os greens apresentaram-se um pouco lentos e inconsistentes, mas de resto estava impecável. Este campo é um pouco estreito, quase todos os buracos têm “out of bounds”, ao lado dos roughs havia um fescue até aos joelhos e o campo estava muito seco devido à falta de chuva».
O Leipziger Golf Open foi conquistado pelo escocês Craig Howie, que precisou de três buracos de play-off para se apoderar do seu primeiro título no Pro Golf Tour e saltar para a liderança do ranking deste circuito.
Craig Howie e o seu compatriota Chris Robb tinham empatado após os 54 buracos regulamentares com 16 pancadas abaixo do Par.
O próximo torneio do Pro Golf Tour disputa-se na próxima semana, o Starnberg Open, em Munique, com 30 mil euros em prémios monetários e as presenças dos portugueses Tomás Melo Gouveia, João Zitzer e Tiago Rodrigues.
Por Hugo Ribeiro
Foto: Filipe Guerra