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16.º Portugal Masters – RICARDO SANTOS E TOMÁS BESSA SEGUEM EM FRENTE

16.º Portugal Masters – RICARDO SANTOS E TOMÁS BESSA SEGUEM EM FRENTE

73 DOS 120 PARTICIPANTES PASSARAM O CUT, FIXADO EM 4 ABAIXO DO PAR DO DOM PEDRO VICTORIA GOLF COURSE. RICARDO MELO GOUVEIA E O IRMÃO TOMÁS, BEM COMO PEDRO FIGUEIREDO, JOGAM A ÚLTIMA CARTADA DA ÉPOCA NA ESCOLA DE QUALIFICAÇÃO DO DP WORLD TOUR. O INGLÊS JORDAN SMITH SEGURA COMANDA COM -13, MAS AGORA PARTILHA-O COM O MALAIO GAVIN GREEN

Ricardo Santos e Tomás Bessa foram os únicos portugueses a passaram hoje (sexta-feira) o cut do Portugal Masters, num dia em que Pedro Figueiredo e os irmãos Tomás e Ricardo Melo Gouveia foram eliminados, mas ainda vão tentar a sua sorte na Escola de Qualificação do DP World Tour. Pedro Lencart, Vítor Lopes e o amador Hugo Camelo deverão ter encerrado a época a nível internacional.
Para Ricardo Santos, de 40 anos, foi a sexta vez que passou o cut no Dom Pedro Victoria Golf Course e a terceira consecutiva, em 13 participações no mais importante torneio de golfe português.

Foi o único dos oito portugueses a jogar duas voltas seguidas abaixo do Par, sempre com cartões de 69 (-2), para um agregado de 138 (-4), exatamente o mesmo total de Tomás Bessa, que alinhou rondas de 67 e 71.

Os dois portugueses apuraram-se para as duas últimas voltas mesmo no limite do cut (-4), fazendo com que 73 jogadores se apurassem para o fim de semana.

O torneio de 2 milhões de euros em prémios monetários continua a ser liderado pelo inglês Jordan Smith (62+67), agora com 129 (-13), mas, entretanto, viu-se forçado a partilhar o topo da classificação com o malaio Galvin Green (64+65).

O melhor resultado na segunda volta foi de 64 (-7), alcançado por cinco jogadores, entre os quais o finlandês Tapio Pulkkanen e o francês Benjamim Herbert, que estão empatados (-12) na perseguição aos comandantes.

A terceira e penúltima volta do Portugal Masters começa amanhã (Sábado), às 8h25, já só com saídas do buraco 1.

O primeiro grupo a sair será exatamente o dos portugueses Ricardo Santos e Tomás Bessa. O facto de irem jogar com greens virgens e de serem apenas dois jogadores – só há dois grupos de apenas dois elementos, todos os outros são de três –, poderá proporcionar-lhes bons resultados e uma subida significativa na classificação.
Ricardo Santos enterra maldição do 18
O veterano Ricardo Santos mostrou que ainda tem muito nível e estofo do jogador que há dez anos escreveu uma das mais belas páginas do golfe português, quando venceu o Madeira Islands Open BPI de 2012, um torneio do então European Tour.

Chegou a andar com 5 pancadas abaixo do Par, mas o bogey no buraco 16 fê-lo cair para -3. Precisava de um birdie e no 17, um Par-5, as hipóteses seriam maiores, mas o putt não entrou e ficou tudo adiado para o último buraco.

Era obrigatório um birdie no 18 para passar o cut. E, neste caso, passar o cut significava muito mais do que é habitual.

O algarvio é 160.º no ranking europeu. Com um top-3 (quiçá um top-5) poderá subir aos 117 primeiros que irão manter-se no DP World Tour em 2023.

Mas se esse objetivo é algo utópico – a melhor classificação de Santos neste torneio foi o 16.º lugar há 10 anos –, é bastante mais real uma boa prova, um top-20, que possa levá-lo aos 145 primeiros do ranking.

Esse top-145 já o isenta da Segunda Fase da Escola de Qualificação que se disputa na próxima semana e na qual está inscrito. O top-145 mete-o diretamente na Final da Escola de Qualificação, daqui a duas semanas, em Tarragona, onde deverá estar Ricardo Melo Gouveia, hoje eliminado.

Havia, pois, muita pressão e a tarefa era ainda mais hercúlea por parecer haver uma espécie de maldição do antigo n.º1 português no buraco 18 do Dom Pedro Victoria Golf Course.

Ao longo da sua rica história no Portugal Masters, neste mesmo buraco 18, Ricardo Santos sofreu 3 duplos-bogey e 10 bogeys, o último dos quais ontem mesmo. Em 2015 falhou o cut por uma pancada com um bogey no 18.

Em contrapartida, só tinha convertido 3 birdies neste buraco: 1 em 2013 e 2 em 2020. Teria razões para tremer, mas agigantou-se.

Jogou bem e meteu a bola no green em duas pancadas. Viu-se do lado direito do green, com um putt de 7 metros e uma linha da direita a descer para a esquerda.

Os seus dois parceiros de jogo estavam mais ou menos à mesma distância, no mesmo local. O inglês Oliver Fisher falhou à direita. A seguir, o italiano Lorenzo Gagli falhou à esquerda. Ricardo foi o último e as mãos mostraram segurança – fez apenas dois ensaios e meteu a bola lá dentro. O rugido do público fez-se ouvir, o português sorriu e celebrou, enterrando a maldição do buraco 18.
Os outros portugueses
Agora, vai ter a companhia de Tomás Bessa, que está a viver uma bela época. Tornou-se no primeiro português a conquistar um título do Alps Tour, circuito em que terminou a temporada no 7.º lugar do ranking; Entrou diretamente para a Segunda Fase da Escola de Qualificação do DP World Tour na próxima semana; E é o único português a ter passado este ano o cut nos nossos dois torneios mais importantes, o Open de Portugal do Challenge Tour e o Portugal Masters do DP World Tour.

Em 2019 o jogador de Paredes que reside no Algarve, estreou-se na prova e falhou o cut. Em 2020, o profissional de 26 anos passou o cut e terminou em 64.º (+1). Em 2021 não jogou o Portugal Masters e esta semana quer continuar a progredir e melhorar o registo de há dois anos. Para já está a consegui-lo, pois hoje ainda andou em -5 e está com -4.

Foi bonito ver Tomás Bessa chegar à tenda de resultados e a primeira preocupação ter sido perguntar a Tomás Melo Gouveia como se tinha safado. Foi quase, mas o outro Tomás falhou o cut por 1 pancada, com um total de 139 (70+69), -3. Para ele segue-se a Segunda Fase da Escola de Qualificação para a semana, em Espanha.

O seu irmão mais velho, Ricardo Melo Gouveia, foi a surpresa da jornada. Tombou de 14.º para 84.º e foi eliminado com 140 (66+74), -2. Começou a semana como 120.º do ranking europeu. Veremos onde irá ficar no final do torneio, mas é provável que se apure diretamente para a Final da Escola de Qualificação, dentro de duas semanas. A jogar como fez ontem, tem tudo para manter-se no DP World Tour em 2023.

Pedro Figueiredo, que também acede diretamente à Segunda Fase da Escola de Qualificação, na próxima semana, encerrou o seu Portugal Masters no 109.º posto com 146 (71+75), +4. Pedro Lencart terminou a época internacional no 97.º lugar com 142 (72+70), Par. Vítor Lopes também fechou o ano internacional na 113.ª posição com 147 (74+73), +5. Finalmente, o amador Hugo Camelo estreou-se no DP World Tour em 117.º com 152 (74+78), +10.

 

Declarações:
Ricardo Santos -4 (-2 + -2)
Se não passasse este corte iria ser uma grande injustiça pelo que joguei hoje. Senti que joguei muito melhor do que ontem do tee ao green. Novamente nos segundos 9 (buracos) os putts não entraram, mas, de qualquer modo, estou satisfeito pela forma como joguei e como consegui gerir todo esse processo até ao último buraco e, felizmente, meti o último putt.

É sempre melhor passar do que falhar por uma (pancada). Isto dá-me mais motivação e confiança para o que aí vem, que será a Escola de Qualificação, e vou dar o meu melhor no fim de semana para subir o mais possível na classificação.

(O putt final) Talvez 6, 7 metros, só me foquei mesmo na linha e na força, porque hoje deixei alguns putts curtos na linha e este não poderia ficar assim. Eu sabia que a bola caía da direita para a esquerda, era mais o ‘pace’ (velocidade e ritmo) da bola porque a linha eu sabia. Obviamente que ajuda ver um jogador ‘patar’ primeiro, sendo a mesma linha e praticamente a mesma distância.

Eu também pensei (que fosse mais fácil um birdie no 17 do que no 18)… dei dois bons shots, um bom drive, uma boa madeira-5, só que passei o green e fiquei com um ‘lie’ muito difícil. Dei um excelente chip, melhor, é aquela coisa, um bocadinho de sorte, (seria) a bola bater um bocadinho mais curta para ficar mais perto. Também acho que executei um bom putt, simplesmente não entrou. É golfe, há muitas coisas que não conseguimos controlar, mas saio satisfeito, porque consegui manter-me calmo para o último buraco.

É verdade que já tive desgostos no 18, mas também é verdade que já fui feliz no 18, já ganhei dois ou três torneios aqui no 18. No Portugal Masters também já fiz muitos birdies no 18. Obviamente que já fiz um erro ou outro e o 18 é um buraco exigente, é fácil acontecer um erro ou outro.

Não me importava de ser mais jovem (risos) mas, sim, talvez a idade… somos mais maduros e aceitamos as coisas de outra forma.

De momento tenho de ir à Segunda Fase da Escola de Qualificação. Teria de ficar nos 145 primeiros do ranking para ir à Final. Agora ainda é possível, vamos ver.
Tomás Bessa -4 (-4+ Par)
(Passar o cut) É o mais importante e o que retiro de melhor deste dia, porque foi um dia muito mau. Falhei muitas saídas, o drive foi o que me pôs mais ansioso. No buraco 17 precisava de Par-Par para estar bem dentro do cut e falhei a saída para a direita, para o único sítio onde não podia falhar e isso deixou-me mais ansioso, mas fiz um bom Par no 18 e estar no fim de semana era o principal objetivo. Agora estou nos últimos dos que passaram o cut, por isso, agora é sempre a subir.

(A diferença para ontem) Algum nervosismo nos últimos buracos, mais drives falhados, os putts estiveram muito ela por ela.

Achei que os greens estavam um bocadinho mais firmes, o que é bom, porque estavam demasiado macios no primeiro dia. Por isso, não foi por aí que fiz pior resultado. Estava mais vento, o que tornou mais difíceis os shots ao green, mas acho que no geral estava semelhante.

Entrei para este torneio com esse mote, de fazer melhor do que tinha feito em 2020, que foi passar o cut. Claro que não estou a jogar para ver se tenho a mesma categoria para o ano, como são os casos do Melo Gouveia e do Santos, mas, obviamente, há maior pressão por tudo o que envolve este torneio e, por isso, é que quero jogar bem e dar o meu melhor. Mas sem dúvida que irei jogar mais solto.

É uma boa preparação para a Escola de Qualificação que vou ter para a próxima semana.

Passar o cut aqui é sempre bom, com um field deste, de DP World Tour, sobretudo no final do ano, quando os jogadores estão com a máxima rodagem possível e querem jogar bem. Fico feliz por isso.

Sinto que sou bem melhor do que provei ser hoje e a minha ambição não é apenas passar o cut. Eu gostaria de vencer este torneio um dia, este ano já é difícil, mas possivelmente para o ano. Tenho evoluído ao longo dos anos e tenho trabalhado muito para ter essa evolução constante. É uma grande jornada, mas tenho-a feito de maneira positiva, orgulho-me desse percurso, mas quero ainda mais e tenho fome para alcançar melhores resultados.
Ricardo Melo Gouveia -2 (-5 + +3)
Senti logo que não entrei bem no jogo, não estava tão bem do tee, e foi a luta de hoje, não consegui meter a bola tantas vezes no fairway e os putts hoje também não entraram.

É pena, estava a sentir-me bastante bem, mesmo hoje a aquecer, senti-me muito bem. Ontem poderia ter feito muito menos, mas o golfe é assim, faz parte.

Agora é preparar-me o mais possível para a Escola e tentar recuperar o cartão dessa maneira. Senão, consigo na mesma uma categoria para o próximo ano, jogarei com essa categoria e tentarei assim recuperar o cartão completo.

A minha cabeça já está na Final da Escola de Qualificação. São 25 cartões, sinto-me a jogar bem, sinto que tenho boas hipóteses. Agora, é trabalhar bem na próxima semana e preparar essa Escola.

Se não conseguir, jogarei com a categoria que tiver para o ano. Não é o ideal, mas irei conseguir jogar muitos torneios, não os maiores, portanto, não direi que terei mais pressão, mas será mais complicado pontuar para o ranking.

Sem dúvida dói um bocadinho mais (falhar o cut em casa). Ainda por cima, sabia que viria muita gente no fim de semana, estava a apetecer-me imenso, mas é o golfe. Tenho de olhar para esta volta e tentar tirar ilações e perceber o que é que correu mal, o que tenho de melhorar, para trabalhar esses aspetos na próxima semana e estar o melhor possível na Final da Escola.

No Challenge tenho sido bastante mais consistente. Tenho de tentar perceber quais são as diferenças… eu sinto que não há diferenças, mas, como é óbvio, em termos de resultados tem havido mais inconsistência no DP World Tour. Mas sinto que estou a trabalhar bem, estou no bom caminho. Foi só mais um obstáculo numa carreira que é sempre de altos e baixos e vou sair daqui mais forte.

(Hoje), Bastante mais difícil com as condições de hoje. Estava bastante vento. Agora, no final, acalmou, mas nos buracos iniciais, até ao buraco 12, 13, esteve bastante vento, estava mais complicado. Os greens também estão mais pisados à tarde, é mais difícil meter putts. Eu estava satisfeito por haver vento porque sentia-me a jogar bem e acho que uma boa volta hoje ter-me-ia ajudado a subir bastante na classificação.

(Tanto em Maiorca como no Algarve uma boa primeira volta e uma segunda menos conseguida) É coincidência. Acho que em ambas as semanas foram mais inícios, arranques menos positivos, que deixam-me sempre um bocadinho de pé atrás. Tenho de tentar perceber o que se passou nessas duas voltas, mas, no fundo, é tentar arrancar melhor. Em termos de processos, de estratégia, mentais, não encarei estas duas voltas diferentemente das primeiras voltas. É mais uma coincidência.

 

Gabinete de Imprensa do DP World Tour no Portugal Masters

Vilamoura, 28 de outubro de 2022

Fotografia © Warren Little / Getty Images

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