“Figgy com pica” para final de época
Pedro Figueiredo lidera a armada portuguesa no Monaghan Irish Challenge que começa esta quinta-feira no Concra Wood Golf Club, um campo que vai estrear-se no Challenge Tour, situado em Castleblayney.
O atual n.º1 português recebeu recentemente a boa notícia de que terá um apoio do Comité Olímpico de Portugal de 10 mil euros até ao final do ano e entra neste Challenge da Irlanda, de 180 mil euros em prémios monetários, com outra novidade bem positiva.
Com efeito, o Challenge Tour anunciou esta semana que Pedro Figueiredo está virtualmente apurado para a Ras Al Khaimah Challenge Tour Grand Final, nos Emirados Árabes Unidos, o torneio de 420 mil euros que irá reunir o top-45 de 31 de outubro a 3 de novembro.
Como normalmente todos os jogadores que se qualificam para a Grande Final têm hipóteses matemáticas de encerrar a época no top-15 da segunda divisão europeia e, consequentemente, ascender ao European Tour, a primeira divisão, na época seguinte, “Figgy” parte para os próximos três torneios mais solto, sabendo que tem o seu lugar garantido em Ras Al Khaimah.
Uma série que começa com este Challenge da Irlanda e prossegue com dois torneios na China nas próximas duas semanas.
«Sinto-me a jogar bem no final da época. Serão quatro ou cinco semanas atarefadas mas estou com pica», disse à Tee Times Golf, antes de partir para a Irlanda.
O jogador do Sport Lisboa e Benfica esteve cerca de dois meses no top-10 da Corrida para Ras Al Khaimah e parecia seguro de fechar a época no tal top-15, mas nos últimos quatro torneios do Challenge Tour não conseguiu nenhum top-20, chegou a cair para o 13.º posto no ranking da segunda divisão europeia, mas entretanto subiu ao 12.º lugar, graças à vitória de Tom Lewis no Portugal Masters.
Ora o 12.º lugar, com quatro torneios ainda pela frente, não lhe garante de forma nenhuma o top-15. Será preciso fazer um ou dois grandes resultados para respirar de alívio.
David Llewellyn, um dos seus treinadores e, sobretudo, conselheiro de há muitos anos – tal como de Ricardo Melo Gouveia – não está preocupado.
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«O Pedro poderia estar a acusar a pressão de ser a fase decisiva da época e de estar tanto em jogo, mas não é nada disso que vejo nele. Antes pelo contrário. Tenho conversado muito com ele, sobretudo por telefone, e sinto-o, por um lado, muito calmo e seguro de que vai atingir os seus objetivos e, por outro, extremamente motivado», afiançou o galês.
Confrontado com as suas últimas classificações, de 26.º no Cordon Golf Open (230 mil euros) em França, 30.º no Bridgestone Challenge (180 mil euros) em Inglaterra, 33.º no Open do Cazaquistão (450 mil euros) e 24.º no Hopps Open de Provence (200 mil euros) em França, Pedro Figueiredo mostra essa confiança de que fala o seu treinador.
«Nestas últimas semanas tenho tido sempre uma volta menos boa e na maioria das vezes ou no Sábado ou no Domingo, porque tenho jogado bem para passar o cut. Acho que isso faz parte (do golfe), não vejo nenhuma razão em particular para que isto aconteça. Penso que mais tarde ou mais cedo vou juntar quatro boas voltas e fazer um bom resultado», assegura o profissional do Quinta do Peru Golf & Country Club.
Não há dúvida de que nos últimos quatro torneios em que jogou fez 10 voltas na casa das 60’s pancadas e só seis rondas em 70 ou mais pancadas e também é verdade que as piores exibições têm acontecido nos fins de semana, porque nas duas primeiras voltas “Figgy” tem-se revelado uma máquina de passar cuts: vai com 10 cuts consecutivos superados, num total de 15 cuts conseguidos em 2018, em 18 torneios disputados!
Mas, por outro lado, só por duas vezes somou quatro voltas seguidas num mesmo torneio na casa das 60’s pancadas e é óbvio que brilhou sempre nessas ocasiões: ganhou o KMG Trophy em junho e foi 8.º no Euram Bank Open em julho.
É disso que necessita num dos próximos quatro torneios para terminar a época em beleza e repetir os feitos de Ricardo Melo Gouveia em 2015, Ricardo Santos em 2011 e Filipe Lima em quatro épocas distintas, ou seja, fechar o ano no top-15 do Challenge Tour e subir ao European Tour.
Foi para atingir esse objetivo primordial que faltou ao Portugal Masters e não se arrepende: «Não jogar o Portugal Masters fez sentido, por não ter ainda segurado o cartão do European Tour. Tenho de acumular o máximo de pontos possível e acho que tomei a decisão correta de ir a França nessa semana».
No Challenge da Irlanda Pedro Figueiredo terá a companhia dos portugueses Ricardo Santos, Miguel Gaspar e Tomás Bessa, tendo Filipe Lima optado por faltar. Lima está, em contrapartida, inscrito nos dois torneios chineses de outubro e como figura no 28.º lugar da Corrida para Ras Al Khaimah, é provável que também se apure para a Grande Final do Challenge Tour, onde tudo irá decidir-se.
Autor: Hugo Ribeiro / Tee Times Golf
Lisboa, 4 de outubro de 2018