
Um novo modelo de governação para o Golfe Nacional
Assembleia Geral Extraordinária da FPG aprovou Plano para fazer crescer de forma sustentável a modalidade em Portugal
Em Assembleia Geral Extraordinária da Federação Portuguesa de Golfe realizada ontem nas instalações do Comité Olímpico de Portugal, em Lisboa, foi aprovado o Plano de Actividades e Orçamento para 2018. Teve assim “luz verde” o Plano Estratégico para desenvolvimento do golfe no triénio 2018-2020.
“Foi uma Assembleia Geral que encerrava em si um conjunto de medidas que alteram significativamente o modelo de governação do Golfe Nacional, e sempre que se propõem mudanças de fundo há pessoas que ficam mais apreensivas, mas no fim o Golfe foi soberano”, afirmou.
Até 2020, a FPG propõe-se criar as condições necessárias ao aumento do número de praticantes federados e da dimensão média dos clubes nacionais, promovendo transversalmente uma estratégia de comunicação agregadora para a modalidade, bem como a criação de um programa para a sua transformação.
Para cumprir este objetivo, foi desenvolvido um plano estratégico, dinamizado pela FPG e elaborado pela Deloitte, que contou com a colaboração de representantes de clubes e entidades do golfe nacional. O processo de planeamento estratégico estabelece as principais linhas de orientação que servem de base à estratégia da FPG para o próximo triénio.
“As medidas e propostas vão contribuir para que os bons projectos sejam cada vez mais apoiados e no sentido de iniciar um processo de descentralização, transferindo e conferindo maiores responsabilidades aos clubes, os principais vectores de desenvolvimento do Golfe”, sublinhou Miguel Franco de Sousa.
Entre os novos projectos a abraçar a partir de 2018, contam-se a Certificação de Academias, que visa a certificação da gestão e o reconhecimento das entidades formativas, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da modalidade. Este projecto tem o apoio da Youth Football Management e conta com a colaboração de representantes de clubes e de entidades formativas;
Formação a Clubes, com foco no desenvolvimento de processos de qualificação dos seus recursos e modernização das suas estruturas de gestão e oferta, com vista à sua adaptação a novos requisitos legais e às novas necessidades e exigências de atletas, dirigentes, treinadores, encarregados de educação e população em geral;
O desenvolvimento do Anuário FPG, um documento estatístico e de opinião que agrega a informação da modalidade desportiva e que analisa temas emergentes no ano em causa, tendo como objetivos dotar a FPG e restantes partes interessadas da indústria do golfe de ferramentas de apoio à tomada de decisão e comunicação, caracterizando a cadeia de valor da indústria do golfe em Portugal, bem como o valor gerado para a economia nacional;
Em 2018 será também iniciado o processo para a constituição do Fundo de Desenvolvimento do Golfe, com o objetivo de apoiar os clubes de golfe nacionais na aquisição das ferramentas necessárias para o crescimento da modalidade.
Prevê-se que o Fundo seja dotado de verbas provenientes do aumento de quotas dos praticantes e clubes, bem como de mecenas e patrocinadores.
Dando corpo a um novo Modelo de Governação, a FPG implementará também alterações na sua estrutura e modelo de gestão, desenvolvendo um Sistema de Gestão da Qualidade, que poderá culminar com uma Certificação ISO 9001:2015, com vista a uma melhoria dos processos internos e a uma melhor satisfação das necessidades e expectativas dos clubes e restantes partes interessadas.
A Assembleia Geral deliberou ainda sobre a fixação dos novos valores da jóia de inscrição, da quota anual e das taxas aplicáveis no ano 2018. A jóia de inscrição para novos clubes sobe de €250 para €1300; a quota anual passa de €110 para €1300, mas com compensações proporcionais para os Clubes estruturados, nomeadamente na disponibilização do Datagolf Links, um serviço de web que permite que o clube tenha toda a informação relativa à actividade desportiva e dos seus atletas; e a quota de jogador passa de 50€ para 60€, sendo que a totalidade do aumento é devolvido aos clubes de acordo com vários critérios consoante o seu contributo para o desenvolvimento da modalidade, bem como no desenvolvimento de novos serviços a clubes de golfe.
“Este voto de confiança da Assembleia Geral confere-nos maiores responsabilidades e tudo iremos fazer para que o Golfe continue a crescer”, acrescentou Miguel Franco de Sousa.
Considerando as duas vagas ocorridas na Direcção da FPG em 2017, por renúncia ao cargo do Vogal Tomás Melo Gouveia e por morte do Vice-Presidente José Filipe Nobre Guedes, foram propostos para eleição da Assembleia Geral e para o remanescente do mandato em curso de 2016-2020, com votos favoráveis, os nomes de Gonçalo Cid, e de José Correia, que têm competências específicas na área financeira, o primeiro, e no golfe profissional, o segundo.