Tomás Melo Gouveia 7.º em tempestade no deserto
Um ano depois de falhar o cut, Tomás Melo Gouveia mostrou o quanto evoluiu em apenas um ano como golfista profissional e terminou o Red Sea Egyptian Classic no grupo dos 7.º classificados, suportando pelo meio uma autêntica tempestade no deserto.
O irmão mais novo de Ricardo Melo Gouveia estreou-se no ano passado como membro do Pro Golf Tour, uma das terceiras divisões do golfe profissional europeu, depois de ter passado com sucesso a Escola de Qualificação, e no final da época tinha sido o melhor português, terminando no 21.º lugar da Ordem de Mérito, com 9.708 euros arrecadados.
É certo que não ganhou nenhum torneio, mas alcançou cinco top-10, incluindo um 2.º lugar em julho – nada mau para um “rookie” –, mas o seu primeiro top-10 só chegou após sete torneios disputados e nos três primeiros falhou o cut.
Desta feita, com a adaptação feita, o objetivo é repetir o feito de Pedro Figueiredo em 2017 e tentar encerrar a época de 2019 no top-5 da Ordem de Mérito do Pro Golf Tour, de modo a ascender automaticamente ao Challenge Tour, a segunda divisão europeia, em 2020.
Nesse sentido, ter começado a nova temporada com um 7.º lugar foi uma classificação positiva, com o resultado de 141 pancadas, 3 abaixo do Par dos percursos A e B do clube de Ain Sokhna, no Egito após voltas de 69 e 72.
O torneio de 30 mil euros em prémios monetários é bem superior aos eventos do Portugal Pro Golf Tour onde Tomás Melo Gouveia andou a fazer a sua preparação para esta nova época, mas mesmo no Algarve, em campeonatos de 10 mil euros, já tinha mostrado bom nível de jogo com dois recentes 3.º lugares.
«Considero que foi um começo muito positivo na época de 2019. Joguei sólido ao longo dos dois dias, mas o que esteve melhor foi o putt, “patei” muito bem», disse o português de 23 anos à Tee times Golf, em exclusivo para Record, no entanto, sentiu que poderia ter feito melhor.
«O primeiro dia correu normal, esteve algum vento mas nada de mais. Comecei um pouco nervoso e consequentemente fiz alguns bogeys, mas depois recuperei e consegui fazer uma volta bastante positiva. No segundo dia estava previsto muito vento (de 50 km/h) e foi um pouco de uma aventura porque joguei sete buracos no meio de uma tempestade de areia, com a bola a mexer-se sozinha nos greens, e só depois de uma hora é tal é que a organização suspendeu a jornada. Voltámos para o campo no dia a seguir de manhã e consegui recuperar e fazer o Par do campo para terminar essa segunda. Infelizmente fiquei na pior parte do programa, porque os que saíram de manhã no primeiro dia não apanharam os ventos e a tempestade de areia de nós que saímos à tarde», explicou o profissional da Srixon, que ganhou 770 euros, surgindo no 7.º posto da nova Ordem de Mérito.
Entre 92 participantes, um 7.º posto é uma boa classificação mas o irmão mais novo de Ricardo Melo Gouveia admitiu que nem viajou ao Egito a pensar em altos voos imediatos: «Gosto de ir para os torneios com as expectativas baixas, não pensar no resultado mas sim no processo e nas coisas que tenho de fazer e que posso controlar. Vim com o pensamento de continuar o trabalho que tenho vindo a fazer, jogar o meu jogo e dar o meu melhor».
O Red Sea Egyptian Classic, que na sua lista de campeões tem o nome de um português, Tiago Cruz, foi reduzido de três voltas para duas e foi conquistado este ano pelo alemão Hinrich Arkenau (com voltas de 71 e 66), que empatou com 7 abaixo do Par com o holandês Robbie van West (68+69) e depois derrotou-o no primeiro buraco de play-off.
Por Hugo Ribeiro
Lisboa, 22 de janeiro de 2019