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‘Figgy’ queria mais do que o top-50

‘Figgy’ queria mais do que o top-50

«Não foi o resultado que queria, sobretudo depois de um bom começo». Foi assim que Pedro Figueiredo avaliou a sua primeira presença no prestigiado South African Open hosted by the City of Johannesburg, o torneio de 1,1 milhões de euros em prémios monetários, que, pela primeira vez na sua história que remonta a 1903, contou simultaneamente para o European Tour, o Asian Tour e o Sunshine Tour.

Entre 240 jogadores, o profissional do Quinta do Peru Golf & Country Club foi 48.º classificado (empatado com outros quatro jogadores), com 283 pancadas, 1 abaixo do Par, após voltas de 67, 73, 71 e 72.
Pedro Figueiredo embolsou 5.722 euros para juntar aos 10.200 da semana anterior nas Maurícias, e somou mais 11 pontos para a Corrida para o Dubai, que permitiram-lhe subir de 61.º para 53.º neste ranking do European Tour, após três torneios realizados na época de 2019 da primeira divisão europeia, embora só tenha jogado dois, pois estava doente por alturas do Open de Hong Kong.

“Figgy” está a viver uma nova vida. Na semana passada estreou-se como membro efetivo do European Tour com um 23.º lugar no Open das Maurícias e é óbvio que tudo é novo para ele, desde os campos ao grau de exigência da concorrência, mas, para já, o saldo está a ser bem positivo.

Ao passar o cut dos dois torneios em que participou, o português de 27 anos igualou um feito nacional só anteriormente alcançável por Ricardo Melo Gouveia. Nem Filipe Lima, nem Ricardo Santos ou Daniel Silva jogaram todos os quatro dias nos seus dois primeiros eventos como membros efetivos do European Tour.

«Está a dar-me muito gozo jogar estes torneios com jogadores de classe mundial, em bons campos e com boa organização», disse este Domingo à Tee Times Golf, em exclusivo para Record. Em relação à concorrência, basta dizer que o sul-africano Ernie Els, antigo n.º1 mundial, andou na luta pelo título e que outro jogador da casa campeão de Majors, Louis Oosthuizen, sagrou-se vencedor com um sensacional resultado de 18 pancadas abaixo do Par, após voltas de 62, 70, 67 e 67.

No que se refere aos campos, Pedro Figueiredo percebeu rapidamente que os dois percursos do Randpark Golf Club, em Joanesburgo, eram totalmente diferentes, beneficiando sempre de bom tempo: «Esteve muito bom nestes quatro dias, mas com algum vento, que dificultou o jogo. Não apanhámos chuva e os campos estavam relativamente secos, com a bola a rolar bem».

O Bushwillow Course é um Par-71 de 6.507 metros, «mais curto e mais estreito, com alguns doglegs que se adaptava melhor ao meu jogo, com alguns ferros do tee e wedges ao green, que são o meu ponto forte». Foi aí que jogou na primeira volta e não admira que tenha carimbado 4 pancadas abaixo do Par, com 7 birdies convertidos, mantendo a senda da semana anterior de fazer muitos birdies.

Nessa altura, o atleta do Sport Lisboa e Benfica estava no 17.º lugar, mas a mudança nos dias seguintes para o Firethorn Course ia-lhe sendo fatal. Com uma segunda volta de 73 (+2) viu-se aflito para passar o cut no 57.º lugar, antes de terminar em 48.º.

Trata-se de um campo também de Par-71 mas mais longo, com 6.862 metros, e com uns Par-3 de respeito, designadamente o 17 de 204 metros e o 8 de 190 metros!

«Nos últimos três dias joguei no campo mais comprido. Era preciso bater bem o drive e não estive muito apurado nas saídas, o que custou-me alguns shots por falhar diretamente o fairway. Mas o shot ao green e o putt não estiveram maus. Foi o shot de saída que prejudicou-me mais esta semana», admitiu o jogador da Navigator.

As estatísticas confirmam a sua análise. Em precisão de saídas andou nas quatro voltas com 57,1%, 50%, 45,2% e 50%, realmente, bem abaixo do recomendado. Em contrapartida, apesar disso, em greens em regulação atingiu sucessivamente 61,1% nas três primeiras voltas e 62,5% na última, o que mostra como esteve bem mais afinado no shot ao green.

Pedro Figueiredo ainda tem mais um torneio na África do Sul antes de regressar a casa para o Natal. Quinta-feira começa o Alfred Dunhill Championship, no famoso Leopard Creek Contry Club em Malelane, estando em jogo 1,5 milhões de euros em prémios monetários.

Filipe Lima está, para já, quatro lugares de fora de entrar diretamente, enquanto António Rosado e Stephen Ferreira vão tentar a sua sorte na fase de qualificação, já na próxima terça-feira, no Woodhill Country Club.

Ricardo Melo Gouveia não joga a prova, tal como também não atuou na semana que passou, razão pela qual perdeu 10 posições na Corrida para o Dubai, sendo agora o 38.º, o melhor português no European Tour.

No Open da África do Sul que agora terminou, Lima e Ferreira entraram diretamente, enquanto Rosado não logrou passar a fase de qualificação.

Filipe Lima, que reside em França, teve pouca sorte e falhou o cut por 1 única pancada, no grupo dos 71.º classificados, com 141 (72+69), -1, também ele com melhor resultado no Bushwillow Course.

Stephen Ferreira, que vive no Zimbabué, foi 101.º (empatado) com 143 (70+73), +1. Com isso, caiu para 71.º na Ordem de Mérito do Sunshine Tour.

E por falar da primeira divisão do circuito sul-africano, a importância do Open nacional deste país é tal, que Louis Oosthuizen saltou para a liderança da Ordem de Mérito só com esta vitória, que lhe valeu 174.417 euros de prémios e 355 pontos para a Corrida para o Dubai, onde agora é o 3.º classificado.

Oosthuizen bateu o francês Romain Langasque por claras 6 pancadas e trata-se de um jogador de elite. Afinal conta com 9 títulos no European Tour, 8 no Sunshine Tour, 3 no Asian Tour, 1 no PGA Tour e 1 no PGA Tour of Australasia (alguns destes troféus sobrepõem-se por contarem para vários circuitos ao mesmo tempo). Só em Majors venceu o British Open em 2010 e foi vice-campeão do Masters em 2012 e do PGA Championship em 2017. É um peso-pesado!

No entanto, não ganhava qualquer torneio desde 2016 e nunca triunfara no Open nacional do seu país, apesar de, como referiu o site “GolfTattoo”, ter somado «quatro dos seus oito triunfos anteriores no European Tour em provas no seu país natal». Não admira que tenha declarado ter vivido neste Domingo «emoções únicas».

Por Hugo Ribeiro

Lisboa, 9 de dezembro de 2018

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